Tarsila
do Amaral (percurso afetivo)
Pessoas, muitas, a procura
do percurso afetivo de Tarsila. A fila
desce as escadas do espaço cultural, mas ninguém se atreve a desistir deste
encontro. A espera não incomoda, esta vale. E muito. Pode ser a única oportunidade,
infelizmente. De todas as idades, de todos os lados da cidade, de todos os
lugares possíveis, de todas as condições e posições. As pessoas vão ao encontro
de Tarsila. Deliberadas, espontâneas, decididas, alegres, sobretudo. A arte que
provoca o deslocamento das pessoas à procura da experimentação do contato
sensível, sutil, palpável com a artista. Ler os seus escritos originais parece
uma viagem ao seu consciente. Suas anotações pessoais revelam sua intimidade.
As pessoas não desgrudam o olhar de suas obras. Maravilhosas. E são algumas que
são tantas em face de tamanha beleza e delicadeza. Parece que brincava de
pintar. E brincava mesmo. Nas homenagens recíprocas com seus pares, nos versos,
nas imagens, nas anotações, é sensível e compreensível o quanto se amavam e
compartilhavam os dias, as noites e as idéias. Impossível a inércia diante de
suas obras. As pessoas cochicham, indagam, voltam o olhar, retornam, querem
penetrar nas paisagens, entender o olhar dos homens e das mulheres, mesmo
quando não os vêem. Percurso afetivo. Viagens inesquecíveis de Tarsila e dos
seus, registradas no porta-chapéus. Viagem impagável ao universo criativo breve
e intenso da artista que continuará a emocionar tantas pessoas.
Grato Tarsila.
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