terça-feira, 3 de março de 2015

Só Poesia (Geraldo Santos)

Só Poesia. Poesia, não nos deixe órfãos. Seria uma dor insuportável. Continue presente aqui e ali. Em qualquer lugar, em qualquer coração. Afague suavemente nossa face. E deixa seu cheiro de amor entre nós. Vinde poesia, teu lugar é aqui. Poesia, conforta todo coração aflito e sem esperança. Que seja o teu azul tão mais luminoso que toda treva e a tua voz tão mais silenciosa que toda ira. Poesia, descortina tua magia a todos os olhos ainda vedados. Abre teus lábios num longo sorriso e avisa a todos que ainda estás viva, muito viva.

Mais poesia (Geraldo Santos)

Mais poesia. Poesia, Desnuda o poeta por inteiro. Desfaz a metamorfose dos teus versos, Mas não permita o suicídio do teu prazer. Lava com mel o teu caminho. Ilumina tua retina da escuridão, Sem que que lhe falte o sentido da cegueira E o gosto amargo da esquina da dúvida. Rompe com a hipocrisia do óbvio, Que adoece e condena teu poeta. Grita e acorda todo silêncio, Com toda força, intensidade e fúria. Vai Poesia, Não desista, insista, pulse em nossas veias. Já! Que sem o deleite de teu gozo, Nada fará qualquer sentido, nada. E tudo ficará como em um jazigo. Sem poesia...